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Assunção de Nossa Senhora

Ao terminar a sua missão na terra, Maria, a Imaculada Mãe de Deus "foi elevada em corpo e alma à glória do Céu", sendo assim a primeira criatura humana a alcançar a plenitude da salvação.

S. Bernardo e S. Francisco de Sales estavam convencidos de que a Virgem Maria teria morrido de amor, e não de dor. A morte mais nobre de todas é devida, por conseguinte, à mais nobre vida que jamais houve entre as criaturas; morte que mesmo os anjos desejariam apreciar, se fossem capazes de morrer.


É probabilíssima, e hoje bastante comum, a crença de que a Santíssima Virgem teria morrido antes que se realizasse a dispersão dos Apóstolos e a perseguição de Herodes Agripa no ano 42 ou 44. Teria então uns 60 anos de idade. Embora a Sagrada Escritura nada diga, a crença universal da Igreja é que a Santíssima Virgem morreu, como tinha morrido também seu Filho.


A tradição antiga, tanto escrita como arqueológica, localiza a sua morte no Monte Sião, na mesma casa em que seu Filho celebrara os mistérios eucarísticos e, em seguida, tinha descido o Espírito Santo sobre os Apóstolos. Já em época antiquíssima se chamou àquela primeira Igreja Santa Maria do Monte Sião.


E hoje, sobre parte da área que a Basílica de Constantinopla ocupou, levanta-se a Igreja da Dormição, magnífica rotunda de estilo gótico, consagrada em 1910, cujas torres pontiagudas se descobrem de todos os ângulos de Jerusalém.


A glorificação de Maria é uma consequência natural da sua Maternidade Divina:


Deus não quis que conhecesse a corrupção do túmulo Aquela que gerou o Senhor da vida.

É também o fruto da íntima e profunda união existente entre Maria e a sua missão, entre Cristo e a Sua obra salvadora. Plenamente unida a Cristo, como Sua Mãe e Sua serva humilde, associada, estreitamente a Ele, na humilhação e no sofrimento, não podia deixar de vir a participar do mistério de Cristo ressuscitado e glorificado, numa conformação levada até às últimas consequências.


Por isso :


‘Maria foi elevada ao Céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores (cf.Apc.19,16) e vencedor do pecado e da morte’.(LG.59).

Este privilégio, concedido à Virgem Imaculada, preservada e imune de toda a mancha da culpa original, é Sinal de esperança e de alegria para todo o Povo de Deus, que peregrina pela terra, e luta com o pecado e a morte, no meio dos perigos e dificuldades da vida.


Com efeito, a Mãe de Jesus :


“Glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há-de consumar no século futuro”. (LG.68).

O triunfo de Maria, mãe e filha da Igreja, será o triunfo da Igreja, quando, juntamente com a Humanidade, atingir a glória plena, de que Maria já goza. A Assunção de Maria ao Céu, em corpo e alma, é a garantia de que o homem se salvará todo : também o nosso corpo ressuscitará.


A Assunção de Maria é o penhor seguro de que o homem triunfará da morte! A primitiva tradição a respeito da saída de Nossa Senhora deste mundo é especialmente forte e bem arreigada nos cristãos da Igreja Oriental.


Há escritos sobre a Dormição (dormida no sentido da morte de Nossa Senhora), desde os fins do século VII. O título original de Dormição, foi substituído por Assunção, no Sacramentário Gregoriano, enviado pelo Papa Adriano I (790) ao Imperador Carlos Magno, como texto litúrgico para ser usado no seu Império.


No fim do século VIII a festa da Assunção era celebrada universalmente no Ocidente em 15 de Agosto. E, em 847, o Papa Leão IV ordenou uma oitava para esta festa. Mais modernamente o movimento levantado para promover a definição da Assunção corporal de Maria ao Céu, pertenceu a Santo António Maria Claret (1807-1870), o fundador dos Claretianos e bispo de Santiago de Cuba.


Milhares de petições de todas as partes do mundo foram enviadas a Roma, pedindo ao Papa a definição do dogma da Assunção. Finalmente, em 1946, o Papa Pio XII dirigiu um inquérito oficial a todos os bispos da Igreja Católica, perguntando-lhes :


Em vistas da sabedoria e prudência que vos reconheço, pensais que a ASSUNÇÃO corporal de Maria pode ser proposta ao mundo como definido dogma da fé, que vós, o vosso clero e os fiéis desejam?

Durante meses o Papa foi recebendo uma quase unânime resposta afirmativa.

Em consequência disso, em l de Novembro de 1950, o Papa Pio XII publicou a seguinte definição :


Pela autoridade de Nosso Senhor Jesus Cristo, dos Bem-aventurados Apóstolos Pedro e Paulo, e pela nossa própria autoridade pronunciamos, declaramos e definimos como dogma divinamente revelado : A Imaculada Mãe de Deus, Maria, sempre Virgem, depois da sua vida na terra, foi elevada em corpo e alma à glória do Céu. (Decreto Munificentissimus Deus).


As razões ou fundamentos para a definição do dogma da Assunção de Maria como doutrina revelada foram, a Sagrada Tradição com os mesmos fundamentos da Sagrada Escritura. Uma razão importante para esta definição foi expressa pelo Papa, quando falou à assembleia dos bispos no dia seguinte à definição .


Ele disse que esta nova honra para Maria devia constituir uma esperança de que o espírito de penitência viesse substituir o prazer pelo amor, renovar a vida da família : Estabilizada, onde era comum o divórcio, frutífera onde era praticada a limitação da natalidade.


A Assunção corporal de Nossa Senhora deveria ser um poderoso motivo para o controlo das nossas paixões corporais.


Porquê ?


- Porque no último dia nós havemos de ressuscitar com um corpo glorioso, pelos méritos que tivermos alcançado durante a nossa vida na terra, sacrificando os nossos prazeres sensuais em obediência à vontade de Deus.


Diz-nos o Catecismo da Igreja Católica:

966. - "Finalmente, a Virgem Imaculada, preservada e imune de toda a mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma e exaltada por Deus como rainha, para assim se conformar mais plenamente com seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte"(LG 59). A Assunção da santíssima Virgem é uma singular participação na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação dos outros cristãos.



John Nascimento

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