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Sacramento da Confirmação, símbolo e caráter

Os símbolos do sacramento da Crisma.


Diz o Catecismo da Igreja Católica :

1304 . – Tal como o Batismo, de que é a consumação, a Confirmação é dada uma só vez. Com efeito, a Confirmação imprime na alma uma marca espiritual indelével, o “carácter”, que é o sinal de que Jesus Cristo marcou o cristão com o selo do seu Espírito, revestindo-o da fortaleza do Alto, para que seja sua testemunha.


1305. – O “carácter” aperfeiçoa o sacerdócio comum dos fiéis, recebido no Batismo, e “o confirmado recebe a força para confessar a fé de Cristo publicamente e como que em virtude dum mandato (quasi ex officio)” (S.Tomás Aq.,Summa Theol.3,72,5, as 2).


O selo é o símbolo da pessoa, sinal da sua autoridade, da sua propriedade sobre o objecto. Era assim que se marcavam os soldados com o selo do seu chefe e também os escravos com o do seu senhor.


O selo autentica um ato jurídico ou um documento e eventualmente torna-o secreto. (cf. Catecismo da I.C.1295).O próprio Cristo se declara marcado com o selo do Pai. O cristão também está marcado com um selo :


- “Foi (Deus) que nos concedeu a unção, nos marcou também com o seu selo e depôs as garantias do Espírito em nossos corações”.(2 Cor.1,22). (Cf. Catecismo da I.C.1296).

Num sentido religioso o Carácter é um sinal indelével e invisível, um selo ou marca impresso na alma da pessoa que recebe o Sacramento do Batismo, da Confirmação e da Ordem, pelo que não podem receber-se outra vez estes Sacramentos. É uma marca espiritual que consagra e dedica a pessoa, de maneira singular a Cristo.


O Catecismo da Igreja Católica, diz ainda :


1121. - Os três sacramentos do Batismo, Confirmação e Ordem, conferem, além da graça, um carácter sacramental ou "selo", pelo qual o cristão participa no sacerdócio de Cristo e faz parte da Igreja segundo estados e funções diversas. Esta configuração a Cristo e à Igreja, realizada pelo Espírito é indelével (Conc. Trento: DS 1609), fica para sempre no cristão como disposição positiva para a graça, como promessa e garantia da proteção divina e como vocação para o culto divino e serviço da Igreja. Por isso, estes sacramentos nunca podem ser repetidos.


698. - O selo é um símbolo próximo do da Unção. Foi Cristo que "Deus marcou com o seu selo" (Jo.6,27) é n'Ele que o Pai nos marca também com o seu selo (2 Cor.1,22); Ef.l,13;4,30). Porque indica o efeito indelével da Unção do Espírito Santo nos sacramentos do Batismo, da Confirmação e da Ordem, a imagem do selo ("sphragis") foi utilizada em certas tradições teológicas, para exprimir o "carácter" indelével, impresso por estes três sacramentos, que não podem ser repetidos.


Por definição genérica e figurativa, um Símbolo é um sinal representativo; uma imagem ou objecto material que representa convencionalmente uma realidade visível. Neste sentido, entre os homens há uma imensidade de Símbolos em que se representam sinteticamente realidades de uma riqueza extraordinária.


Desde uma bandeira nacional ao mais pequenino emblema que se usa na lapela do casaco, há uma hierarquia de Símbolos, que seria quase impossível descrever. Nas ciências, nas artes, no desporto, na literatura, na música e em toda a sociedade civil e religiosa, o Simbolismo é uma constante indispensável que se impõe e que aparece quase sempre em lugar de destaque, ainda que seja apenas numas simples iniciais maiúsculas.


É que um Símbolo, na sua simplicidade, bem como na sua beleza e arte, diz àqueles que o conhecem, um mundo de coisas com a sua própria história. Na vida da Igreja, os Símbolos são formulários que encerram uma riqueza imensa e comunicam as verdades históricas e dogmáticas, e que se podem agrupar em :


- Símbolos Bíblicos.

- Símbolos do Espírito Santo.

- Símbolos da Fé.

- Símbolos da Igreja.

- Símbolos Litúrgicos.

- Símbolos Religiosos.

- Símbolos sacramentais.


Assim, para a Confirmação podemos apontar nove (9) Símbolos que se podem observar ao longo da sua administração, tais como :


- A assembleia cristã ali reunida.

- O Bispo, responsável de toda a diocese.

- Os candidatos para a Confirmação.

- Os seus Padrinhos ou Responsáveis.

- A Liturgia da Palavra de Deus.

- A oração da Comunidade para os dons do Espírito Santo.

- A Imposição das mãos.

- A Unção com o santo Crisma.

- A Comunhão Eucarística


E para além de alguns destes Símbolos tradicionais, muitos mais se foram criando através dos séculos para representarem ideias e conceitos, graças à imaginação das pessoas e à arte cristã. É através dos Símbolos litúrgicos que Cristo age em nós e nos convida a participar, a dar a nossa resposta.


A proclamação da Palavra, na Liturgia, é simbólica no sentido de que requer, uma apreciação pela qual nos tornamos participantes com Cristo, e um anúncio efetivo da salvação. Requer a apropriação dos fiéis e a sua resposta. Como Símbolo, a Palavra é um anúncio e é oferecida à assembleia na Liturgia.


Além da Palavra, é também importante o simbolismo do pão e do vinho, a água, os óleos para a iniciação cristã e para os doentes. Estes Sinais ou Símbolos são um constante desafio para a plenitude de vida do cristão, que deve procurar descobrir o sentido do Espírito Santo na sua vida através da oração e da constante procura de resposta aos seus problemas religiosos.


Assim o cristão pode compreender que a celebração da Confirmação foi assim como um “pequeno” Pentecostes que deu origem a uma nova Comunidade cristã.

John Nascimento

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